Bom dia a todos,
Depois daquela decisão emblemática do STF (vide post anterior) acerca da equiparação da união estável homoafetiva à entidade familiar, eis que o Ministro da Educação, Fernando Haddad, numa tacada quase de mestre, decide implantar o "kit anti-homofobia", por alguns chamados de "kit anti-gay".
Teoricamente seria uma atitude louvável, se não causasse mais repulsa do que alguns já tinham para com os homossexuais. Imagine uma criança assistindo aos vídeos a seguir:
Claro que a intenção é apenas compartilhar a informação, imagino seja ela relevante. Contudo, se para cada fato a que a sociedade "não está acostumada" for preciso uma cartilha, um kit, já deveria ter sido criado o "kit anti-racismo", o "kit anti-machismo", o "kit anti-censura", enfim, vários tantos outros tentando "minimizar" seus efeitos.
Agora convenhamos, certas coisas devem partir de casa, e não do MEC (já basta os inúmeros contratempos no ENEM do ano passado).
Não bastasse isso, eis uma reportagem veiculada no portal Terra, na qual, além de explicitar a atitude pouco apoiada do Ministro da Educação, eis que também percebemos outra triste realidade em nosso país: a trocada de favores, as chantagens, tudo em prol de interesses de uns poucos, que ao menos na teoria são- ou deveriam ser- os representantes populares:
"Evangélicos ameaçaram ir contra Palocci para coibir kit gay
Líder da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO) confessa que o apoio ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, foi usado como moeda de barganha pelos religiosos contra o kit anti-homofobia do Ministério da Educação.
- Nós reunimos, nesta terça-feira (24), a bancada evangélica e a católica, decidimos impor uma série de condições. Se o governo insistisse em manter o kit, bloquearíamos a votação na Câmara e apoiaríamos a convocação do ministro Palocci para dar explicações - relata Campos.
Depois da ameaça das duas bancadas - que somadas têm mais de 90 deputados e 4 senadores - o secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, convocou os parlamentares e anunciou o recuo do Planalto em relação ao material. "A presidenta Dilma não gostou dos vídeos, achou o material inadequado, e determinou que não circule oficialmente. Estão suspensas todas as produções de materiais que falem dessas questões", disse o ministro.
Uma semana antes, o ministro da Educação, Fernando Haddad, havia anunciado que manteria o kit sem alterações, mesmo com a pressão dos religiosos. Campos avalia que houve uma mudança de posição no Planalto. "É claro que o governo se sentiu ameaçado porque está num momento delicado com Palocci, mas é esse o jogo político. Não quiseram nos ouvir antes, agora ouviram".
A base governista na Câmara havia conseguido anular, na última quarta-feira (18), as tentativas da oposição de convocar o ministro Palocci para depor. Palocci sofre com as revelações de que aumentou seu patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010. Segundo revelou a Folha de S.Paulo, o faturamento da empresa do ministro, a Projeto, superou R$ 10 milhões entre novembro e dezembro de 2010, quando ele coordenava a equipe de transição de governo".
Esse é o "jogo político"... me ajuda que eu te ajudo, complica-me que eu te complico, e assim vai....
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