Bom dia,
Além do famigerado kit anti-homofobia do MEC, o outro assunto em voga é a aprovação do novo Código Florestal, que já teve votado positiva na Câmara e agora está no Senado.
Pois bem, algumas mudanças estão sendo tão criticadas que podem receber o veto presidencial (espera-se que sim). Desde já se pode observar que, se o texto atual se mantiver, os agro-pecuaristas darão risada à toa, a exemplo ex Governador e atual Senador da República pelo Estado de Mato Grosso, Blairo Maggi (obviamente não será o único beneficiado).
Vejamos um resumo da ópera, retirado do site CONJUR:
"Dilma promete veto para acelerar votação de Código
A presidente Dilma Rousseff vetará parte das mudanças do novo Código Florestal caso o governo não consiga fechar um acordo para votação no Congresso sobre os pontos críticos da proposta que deve ser votada nesta terça-feira (24/5), na Câmara dos Deputados. A informação é da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, como publicou a Agência Brasil.
Segundo a ministra, a presidente não aceita nada que contrarie suas promessas de campanha: "A presidenta não aceita nada que não esteja balizado no compromisso que ela fez na campanha. Não aceita anistia para desmatadores, não aceita degradação de reserva legal e não aceita que não haja recuperação de APP. Se isso eventualmente for aprovado, irá à apreciação dela e eu certamente vou pedir a ela o veto", disse nesta segunda-feira (23/5) a ministra Izabella após receber um grupo de ex-ministros do Meio Ambiente que querem o adiamento da votação das mudanças no código.
A votação do novo Código Florestal está marcada para esta terça-feira, mas ainda não há acordo sobre alguns pontos da proposta, relatada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Campanha contra
Dez ex-ministros do Meio Ambiente apresentaram, nesta segunda-feira (23/5), na Câmara dos Deputados, carta aberta contra o relatório do novo Código Florestal do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). No documento, entregue aos presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PDMB-AP), eles afirmam que a proposta de atualização do Código Florestal em tramitação na Câmara será o desmonte da legislação ambiental do país. O documento será enviado também à presidente Dilma Rousseff.
Dez ex-ministros do Meio Ambiente apresentaram, nesta segunda-feira (23/5), na Câmara dos Deputados, carta aberta contra o relatório do novo Código Florestal do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). No documento, entregue aos presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PDMB-AP), eles afirmam que a proposta de atualização do Código Florestal em tramitação na Câmara será o desmonte da legislação ambiental do país. O documento será enviado também à presidente Dilma Rousseff.
"É por compreender a importância do papel na luta por um mundo melhor para todos e por carregar essa responsabilidade histórica que nos sentimos na obrigação de dirigirmos à Vossa Excelência e ao Congresso Nacional o nosso pedido de providências. Em conjunto com uma política nacional de florestas, o código deve ser atualizado para facilitar e viabilizar os necessários esforços de restauração e de uso das florestas, além de sua conservação. É necessário apoiar a restauração, não dispensá-la. O código pode e deve criar um arcabouço com os incentivos necessários para tanto", diz trecho da carta.
A ex-ministra Marina Silva ressaltou a necessidade de adiar a votação do novo código. Para ela, é preciso ter mais tempo para debater a proposta. Seu sucessor no Ministério do Meio Ambiente durante o governo Lula, Carlos Minc, disse que o Brasil não pode ser "o único país que aprovará uma legislação de fragilização do sistema". "O que nos une é o esforço para impedir que o arcabouço de proteção dos biomas seja desmantelado, seja por açodamento ou conveniência. Não queremos que passem a motosserra no Código Florestal."
Para o líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA), que também foi ministro do Meio Ambiente, a proposta de mudança do Código Florestal é perversa. "Sem uma pressão clara do governo e da sociedade civil, vamos ter uma derrota", afirmou o líder, ao se referir à votação desta terça-feira.
Campanha a favor
O relator do novo código, deputado Aldo Rebelo, defendeu a votação de sua proposta nesta terça-feira pela Câmara alegando que eventuais mudanças sejam discutidas no Senado. A votação do novo código já foi adiada três vezes.
O relator do novo código, deputado Aldo Rebelo, defendeu a votação de sua proposta nesta terça-feira pela Câmara alegando que eventuais mudanças sejam discutidas no Senado. A votação do novo código já foi adiada três vezes.
Apesar de considerar positiva a posição do governo de aceitar que as pequenas propriedades (de até 4 módulos fiscais) localizadas às margens de rios sejam obrigadas a manter área de reserva legal equivalente a 20% da área total, Rebelo prefere que esse assunto seja discutido no Senado. Para ele, o acordo acertado para votação desta terça deve ser mantido.
"Recebi a sinalização do governo de que o princípio aplicado à reserva legal, no caso das pequenas propriedade de até 4 módulos, poderia também ser usado para as APP. Ou seja, nenhuma propriedade poderia ter mais de 20% de sua área, no caso de estar localizada na Mata Atlântica, convertida em APP. Ou seja, independentemente da largura do rio, o limite seria de até 20% da propriedade, porque mais do que isso significaria a inviabilização da sobrevivência desse pequeno proprietário", afirmou o relator.
"É uma evolução muito importante, de sensibilidade social, mas não creio que haja entre as emendas [para votação desta terça-feira] alguma contemplando essa redação. Acho que o mais aconselhável seja realizar a votação amanhã e os líderes da base e da oposição se comprometerem a defender esse acordo no Senado", acrescentou.
Em relação às críticas ao relatório feitas por ex-ministros do Meio Ambiente, que apresentaram hoje uma carta aberta contra as mudanças no projeto do Código Florestal, Rebelo afirmou que eles estão preocupados apenas com o meio ambiente, sem levar em consideração o setor produtivo.
"Os ministros do Meio Ambiente estão observando o lado ambiental e não citam qualquer preocupação com o fato de praticamente 100% dos agricultores estarem na ilegalidade. A nossa preocupação é com o meio ambiente, mas também com a situação dos agricultores do país", rebateu Aldo Rebelo".
Agora, vejamos um quadro comparativo com o atual texto e o que poderá vir:
Código Florestal | |
Como é hoje | Como será com o novo Código |
Área de preservação permanente | |
-Deve ser preservada uma faixa de entre 30 metros e 500 metros às margens do curso d’água, dependendo da largura do rio (de até 10 metros de largura até mais de 600 metros) | Cria uma nova faixa de 15 metros para rios de até 5 metros de largura. |
- Devem ser preservadas encostas, topos de morro e áreas em altitude acima de 1.800 metros | Retira a proteção de encostas, topos de morro e de imóveis em altitudes elevadas |
Reserva Legal | |
Devem ser preservadas em cada propriedade: - Na Amazônia Legal: 80% (região de florestas); 35% (região de cerrado) - Em outras regiões: 20% da área total | - Reduz a reserva legal para 20% na área de campos gerais da Amazônia - Isenta da exigência as propriedades ou parcelas de até 4 módulos fiscais - admite a soma da APP no cálculo da Reserva Legal. - Projeto Aldo: Dispensa da recomposição ambiental as áreas de reserva legal de propriedade de até 4 módulos |
Competência para autorizar supressão de vegetação nativa | |
- Orgão estadual do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Ibama Em caso de áreas federais ou de impacto ambiental regional - Município em caso de terras municipais | - Sisnama |
Registro de reserva legal | |
Averbação na matrícula do registro do imóvel | Sem alteração *Projeto Aldo: Acaba com a averbação da Reserva Legal em cartório e cria o Cadastro Ambiental Rural. |
Áreas consolidadas (áreas de APP degradadas ou exploradas) | |
- Devem ser recompostas - Todo proprietário tem prazo até 11/6/2011 para fazer a averbação da reserva legal | - Ficam mantidas as atividades em APPs iniciadas antes de 22/7/2008. - Ficam suspensas as punições por falta de averbação da reserva legal para os proprietários que se inscreverem no cadastro ambiental. |
Punição | |
- O Decreto 7029/2009 prevê punição para quem não fizer a averbação da reserva legal até 11/6/2011. | - Uma vez cumpridas as exigências que deram origem à punição, a multa será considerada convertida em serviço ambiental. - Multas anteriores a 2008 são anistiadas. |
Moratória do desmatamento | |
Ficam proibidos os desmatamento nos próximos 5 anos. |
Código Florestal | |
Como é hoje | Como será com o novo Código |
Área de preservação permanente | |
-Deve ser preservada uma faixa de entre 30 metros e 500 metros às margens do curso d’água, dependendo da largura do rio (de até 10 metros de largura até mais de 600 metros) | Cria uma nova faixa de 15 metros para rios de até 5 metros de largura. |
- Devem ser preservadas encostas, topos de morro e áreas em altitude acima de 1.800 metros | Retira a proteção de encostas, topos de morro e de imóveis em altitudes elevadas |
Reserva Legal | |
Devem ser preservadas em cada propriedade: - Na Amazônia Legal: 80% (região de florestas); 35% (região de cerrado) - Em outras regiões: 20% da área total | - Reduz a reserva legal para 20% na área de campos gerais da Amazônia - Isenta da exigência as propriedades ou parcelas de até 4 módulos fiscais - admite a soma da APP no cálculo da Reserva Legal. - Projeto Aldo: Dispensa da recomposição ambiental as áreas de reserva legal de propriedade de até 4 módulos |
Competência para autorizar supressão de vegetação nativa | |
- Orgão estadual do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Ibama Em caso de áreas federais ou de impacto ambiental regional - Município em caso de terras municipais | - Sisnama |
Registro de reserva legal | |
Averbação na matrícula do registro do imóvel | Sem alteração *Projeto Aldo: Acaba com a averbação da Reserva Legal em cartório e cria o Cadastro Ambiental Rural. |
Áreas consolidadas (áreas de APP degradadas ou exploradas) | |
- Devem ser recompostas - Todo proprietário tem prazo até 11/6/2011 para fazer a averbação da reserva legal | - Ficam mantidas as atividades em APPs iniciadas antes de 22/7/2008. - Ficam suspensas as punições por falta de averbação da reserva legal para os proprietários que se inscreverem no cadastro ambiental. |
Punição | |
- O Decreto 7029/2009 prevê punição para quem não fizer a averbação da reserva legal até 11/6/2011. | - Uma vez cumpridas as exigências que deram origem à punição, a multa será considerada convertida em serviço ambiental. - Multas anteriores a 2008 são anistiadas. |
Moratória do desmatamento | |
Ficam proibidos os desmatamento nos próximos 5 anos. |
Não sei não hein.....
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