Bom dia,
Recebido por email do companheiro Roger:
"As doenças que mais matam - Dr. Jorge Luiz Baldasso
Dr. Jorge Luiz Baldasso*
Depois de muitos anos acompanhando e estudando as mais diversas patologias, temos hoje um mapa preciso das doenças que mais matam no Brasil.
São doenças bastante comuns e conhecidas no meio médico, lidamos todos os dias com elas, empenhamo-nos em conduzi-las adequadamente, mas também nos angustiamos pelas dificuldades que enfrentamos para tratá-las.
Cito abaixo três delas e as razões por que são tão letais:
1- "Isso nunca vai acontecer comigo" (também popularmente conhecida como "Deus me livre" seguido de três batidinhas na madeira): Doença gravíssima, de tratamento dificílimo em razão de seus portadores não fazerem exames preventivos e serem refratários a hábitos saudáveis de vida.
Tem a firme convicção de que coisas ruins só acontecem com os outros, contando, para se prevenir, apenas com a sorte ou a proteção divina.
Alegam sempre que falta dinheiro para uma alimentação salutar, a academia ou a hidroginástica (mas não para a cerveja, o cigarro e a TV a cabo).
Geralmente morrem cedo, de câncer, infarto, derrame ou de alguma das doenças crônicas resultantes de seu comportamento nocivo e descuidado.
2- "Amanhã eu começo": patologia que afeta o cérebro do indivíduo, comprometendo sua capacidade de decisão e levando-o a postergar indefinidamente o abandono dos vícios e os cuidados com a saúde.
Avessos a reeducação alimentar e sedentários incorrigíveis, passam os domingos deitados no sofá da sala comendo pipoca e assistindo ao "Domingão do Faustão".
São freqüentadores assíduos dos consultórios médicos, onde costumam insistir para o "doutor" lhe solicitar os mais diversos exames "para ver se está tudo bem", o que serve de desculpa para manterem seus hábitos acomodados (mas se desesperam à menor variação do nível de colesterol ou da pressão arterial).
São adeptos de todo tipo de produto milagroso – chás, ervas, poções, vitaminas e até rações – geralmente receitados pela vizinha, amiga ou comadre, mas quando o médico orienta uma dieta saudável e atividades físicas, mudam rapidamente de assunto com a frase... "amanhã eu começo" (se o "doutor" insistir, trocam de médico).
3- "Não tenho tempo": Variante mais grave da patologia anterior, os portadores desta terrível enfermidade tem o péssimo costume de empurrar a responsabilidade por seu comportamento nefasto para os afazeres domésticos, atividades sociais ou compromissos profissionais.
Sua saúde é sempre a última das prioridades, pois estão excessivamente ocupados cuidando da casa, dos filhos, do cônjuge, ou então freqüentando exaustivas reuniões e compromissos de trabalho (estão firmemente convencidos que sua empresa ou sua família não sobreviveriam sem sua imprescindível intervenção).
Além de sedentários e com péssimos hábitos alimentares (afinal, não tem tempo para fazer adequadamente suas refeições) são estressados e ignoram por completo os momentos de laser.
Passam a cuidar da saúde a partir do momento em que sofrem um infarto (quando sobrevivem a ele), mas aí terão que abandonar o trabalho, a vida social, os cuidados com a casa, com a família...
O que nós médicos mais lamentamos é perder um paciente para enfermidades que sequer deveriam existir. Atualmente sabe-se que 63% das mortes por doenças ocorrem em função de condições e hábitos de vida inadequados, entre os quais tabagismo, etilismo, auto-medicação, alimentação inadequada, stress e sedentarismo.
Outras 20% devem-se a condições ambientais como poluição, exposição a agentes infecciosos e cancerígenos, envenenamentos e doenças de transmissão sexual.
Apenas 17% das doenças fatais tem pré-disposição genética, e ainda assim a maior parte delas é facilmente evitável através de exames preventivos e consultas periódicas ao médico.
Deveríamos comemorar isso, mas a verdade é que, para muitos, os avanços da ciência não constituem necessariamente uma garantia de boa saúde e vida longa, pois existem fatores a considerar que fogem a capacidade de resolução daqueles que lidam com a saúde da população, a exemplo das três doenças acima citadas, para as quais nós médicos ainda não encontramos uma solução. Eis aí um grande desafio para a medicina do século XXI".
Nenhum comentário:
Postar um comentário