sábado, 20 de novembro de 2010

Prova da Segunda Fase da OAB - Direito do Trabalho

Bom dia a todos!

No dia 14 último, houve a segunda fase do Exame Nacional da OAB. Este, desde o ano passado, teve sua credibilidade parcialmente maculada pela rigidez com que vinha sendo realizado pelo CESPE.

Diante disso, a empresa realizadora fora trocada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em face a inúmeras manifestações dos examinandos (O exame da OAB tornou-se muito mais difícil do que vários concursos públicos).


Ademais, não nos esqueçamos de seu objetivo precípuo, ou seja, de medir o conhecimento (básico) exigível do candidato que almeja à inscrição nos quadros da OAB, e não seu preparo físico e emocional.


No mesmo sentido, pode-se trazer à discussão os princípios da "razoabilidade e proporcionalidade", cada vez mais utilizados como vetores interpretativos, sobretudo quando há ou pode haver choque entre bens jurídicos constitucionalmente protegidos, buscando-se um meio termo, teoria esta conhecida de "ponderação de valores ou de interesses".


O renomado estudioso alemão Robert Alexy, seu idealizador, analisa de forma incomparável a questão, balizando-se no seguinte:



PONDERAÇÃO:

1) É adequado?  
2) Necessário?


Eis aqui o problema: é necessária uma prova extensa, onde não se mediu o conhecimento dos examinandos ? 


3) Alcançarei os resultados ? 


O resultado visado deve ser a diferenciação entre os que estão realmente preparados e os que não estão. Infelizmente, mais uma paira sobre o Exame algo inaceitável.


A seguir, depoimento de uma amiga que fez a prova no último domingo:

"Talvez muitos que frequentem este blog não tenham mais conhecimento sobre a prova da OAB. Pois bem, estou aqui, uma bacharel de direito, com sentimento de revolta e injustiça dentro de mim, em razão do exame realizado pela instituição FGV.

Aqui em Cuiabá, na entrada da prova, fomos obrigados a retirar nossos alimentos das embalagens por causa dos rótulos. Inicialmente, rótulo é um papel que faz propaganda em uma embalagem, como por exemplo, os rótulos das garrafinhas de aguas minerais. O que nos fizeram fazer, qual seja, retirar as bolachas de seus pacotes simplesmente foi grosseiro, primeiramente porque a boa-fé se presume e a má-fé é comprovada. 

Neste caso, a desconfiança estava pairando no ar e sentia-se nitidamente que estava se presumindo a má-fé dos examinandos.

Não bastando isso, com relação aos post it que colocamos em nossas CLT amarelas, na minha sala, a fiscal que examinou meus livros deixou utilizar as bandeirinhas feitas por mim e, na sala de uma colega minha, que utilizou as mesmas bandeirinhas que eu, pois foi eu quem as fiz também, não foi permitida a sua utilização, mandando-a retirá-las. Aonde está a isonomia aqui? Quero crer, meu Deus, que ela foi apenas passear no momento e que isso não voltará a ocorrer.

Finalmente, chegamos ao exame propriamente dito. Ao abrirmos a prova, deparamos com uma peça, uma contestação, com aproximadamente 10 itens para serem defendidos. Em seguida, oito questões, pois três das cinco possuíam alternativas "a" e "b" para serem respondidas. Cade a razoabilidade aqui? Como se resolve esta peça e depois responde-se as questões de maneira correta e adequada em cinco horas? A resposta é simples: não se faz!

Foram dias de estudos das 7h as 21h39m, com pausa de uma hora para almoço, foi chance de um emprego perdido, foi brigas e discussões no relacionamento devido ao abandono em nome de um exame que ao menos esperávamos ser mais justo com os examinandos. Deverás, a prova não estava dificil, mas impossível de ser completamente resolvida, de forma satisfatória em cinco horas.

Simplesmente fui eliminada por falta de tempo e não de conhecimento.
Pessoas saiam chorando das provas, com o mesmo sentimento que o meu. Uma das minhas colegas de estudo não conseguiu fazer a peça por falta de tempo, mesmo sabendo as fundamentações. É justo?

Outros, devido a extensão da peça, não conseguiram fechar sua contestação pelo tamanho da letra e a quantidade de páginas. Isso quer dizer que, a partir de agora, as crianças em idade de alfabetização irão ter que escolher se quererm exercer a profissão de advocacia, para treinarem suas letras para serem pequenas e assim poderem fazer a prova da OAB com satisfação.

Saimos do CESPE por motivos de correção, fraude e por perda da essência do exame em si. Não está sendo diferente com o FGV, que, ao invés de colocar a prova os nossos conhecimentos, fizemos uma prova de resistência física, psicológica e mental. A sensação é que estava fazendo a prova para o BOPE e não para exercer a profissão de advogada. Mais um ano da minha vida se vai para estudar para a prova novamente, e, ressalta-se que não foi por falta de estudo que não passarei, e sim por falta de tempo!

Cadê a JUSTIÇA, pura e lídima para com os examinandos?
Simplesmente não há...."

PFNS.


Segue link em que está sendo feito um abaixo-assinado contra o Exame realizado:





Nenhum comentário:

Postar um comentário