Olá, bom dia!!
Inicialmente, registrem-se as palavras do grande jurista italiano Norberto Bobbio, em O Futuro da Democracia, Ed. Paz e Terra, 9ª ed., 2004, p.21:
"Enquanto a presença de um poder invisível corrompe a democracia, a existência de grupos de poder que se sucedem mediante eleições livres permanece, ao menos até agora, como a única forma na qual a democracia encontrou a sua concreta atuação".
Estamos a praticamente uma semana do segundo turno das eleições ao cargo mais importante do País. Os dados percentuais obtidos nas pesquisas divergem, não sendo possível afirmar exatamente qual a diferença entre os candidatos.
A despeito disso, não podemos nos esquecer que nós, cidadãos, e independentemente de posição assumida, exercemos papel fundamental na concretização e efetivação de nossa democracia e Estado Constitucional Democrático - denominação moderna dos constitucionalistas ao Estado brasileiro.
A fim de conferirmos a maior efetividade possível a preceitos constitucionais, tais como a soberania (art.1º, I), a cidadania (art. 1º, II), e sobretudo ao constante no parágrafo único do mencionado artigo ("Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição"), vê-se que adotamos a modalidade democrática representativa ou semi-indireta, visto que além de sermos representados pelos parlamentares (seu ápice acontecerá no próximo dia 31/10), podemos e devemos exercer nossa cidadania, exteriorizada não só pelo voto, mas também pela busca de informações, pela formação de consciência política.
Essa consciência política é imprescindível se consideramos o ensinamento de Aristóteles, segundo o qual a democracia, em síntese, é o governo "do povo, pelo povo e para o povo", ou seja: "do povo, pelo povo", significando que não podemos nos furtar de fazermos uma escolha consciente, para que o governo "pelo povo"- exercido pelos representantes eleitos- seja realmente voltado à consecução do interesse público.
Vale citar trecho de minha monografia da graduação, um trabalho feito em busca dessa consciência:
"Democracia não se encerra no processo eleitoral, pelo contrário, depende e muito dos instrumentos diretos, tanto que se diz governo do povo, pelo povo e para o povo. Este tem em suas mãos o privilégio de comungar esforços com o Estado, os representantes, fazendo com que trilhem os caminhos corretos traçados pela Carta Magna de 1988, velando pela constante defesa e realização da democracia participativa e da participação democrática no Estado Democrático de Direito".
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